
Histórico e Contextualização
HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PPGE
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi criada em 1970 e seu primeiro Estatuto foi aprovado pelo Conselho Federal de Educação, em 10 de agosto de 1973, permitindo a formação de quatro centros universitários: o Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH), o Centro de Ciências Sociais (CCS), o Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET) e o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), em 1978. As primeiras iniciativas para a criação do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) nasceram no interior no Núcleo de Pós-Graduação do Departamento de Educação (NPG-DE), primeiro núcleo de pós-graduação da UFMT, criado em 1978.
O projeto de uma pós-graduação stricto sensu foi gestado pelo NPG-DE em 1986, procurando estabelecer a regionalização, enquanto foco da pesquisa (UFMT, 1986). Composto por um corpo docente com diferentes formações, a pós-graduação imprimiu, desde sua gênese, o caráter interdisciplinar. Em 1986, foi elaborado e submetido, à CAPES e ao CNPq, o projeto de Mestrado em Educação, primeiro curso de mestrado da UFMT e do estado de Mato Grosso. Essa proposta teve como foco a Educação Pública e, com o deferimento dessas instituições governamentais, deu-se início a sua operacionalização. A proposta contemplava a interdisciplinaridade, a participação de outros departamentos, atividades teóricas e atividades práticas. Durante o processo de implantação, buscou-se a articulação interinstitucional e fez-se necessário justificar a necessidade de criar um programa de pós-graduação em Mato Grosso, em uma região considerada, por algumas pessoas, na época, como “inóspita”. Dentre as justificativas, argumentou-se que o programa contribuiria para a formação dos docentes que atuavam na Educação Básica, propiciaria condições para estudar e investigar as instituições escolares, as práticas e o sistema de educação vigentes na região, bem como, se dedicaria à socialização da produção científica no setor educacional (PPGE, PROJETO DE MESTRADO, 1986).
O PPGE se mantém na vanguarda da pós-graduação na UFMT, dado que o início das atividades da pós-graduação stricto sensu ocorreu com a aprovação, pela CAPES, da Avaliação para Propostas de Cursos Novos (APCN), e, consequentemente, com a aprovação da proposta do PPGE, no ano de 1988. O Programa caracterizou-se como um pilar de desenvolvimento das investigações em Educação na UFMT, avançando no conhecimento e na formação de profissionais de destaque no Estado e no país, devido ao trabalho conjunto em busca da excelência acadêmica, diante dos complexos desafios da sociedade.
No início, o curso estava organizado em torno de uma única área de concentração - Educação Pública - e as disciplinas obrigatórias, conforme consta no Art.20 do Regimento Interno do Curso, pretendiam “propiciar formação básica nas áreas de fundamentação educacional e de formação interdisciplinar”. A estrutura curricular aprovada no referido Regimento (artigos 19, 20, 21 e 22), era composta por seis disciplinas obrigatórias (que totalizavam 21 créditos), 10 eletivas (que totalizavam 40 créditos) e 20 créditos em atividades programadas (UFMT, Resolução nº 017/87, de 30 de junho de 1987). Nesse ano, foram quatro as linhas de pesquisa: 1) Educação pública: indicadores e determinantes; 2) Caminhos da epistemologia; 3) Antropologia; 4) Sociedade, Estado e Educação. Já nos anos de 1997 a 1999, o Programa atuou com quatro áreas de concentração e 17 linhas de pesquisa.
Em 2006 foi aprovada uma reorganização no PPGE, com ênfase nas questões relativas ao credenciamento e recredenciamento de docentes, oferta de vagas para novos mestrandos e produção docente. Por conseguinte, houve a redução de 3 para 2 anos no prazo de recredenciamento dos professores (com novos critérios) e, a partir de 2008, o programa passou a ter uma nova estrutura curricular voltada para a pesquisa. A área de concentração passou a ser “Educação” e o curso foi reorganizado em cinco linhas de pesquisa: 1) Cultura, Memória e Teorias em Educação; 2) Culturas Escolares e Linguagens; 3) Educação em Ciências e Educação Matemática; 4) Movimentos Sociais, Política e Educação Popular; 5) Organização Escolar, Formação e Práticas Pedagógicas, cuja estrutura permaneceu até o ano de 2024. Gradativamente, o quadro docente credenciado no programa foi investindo em sua capacitação na área da Educação. Atualmente, a maioria do quadro docente possui pós-doutorado na área de Educação. Além disso, houve um investimento na socialização das pesquisas por meio de publicações em periódicos qualificados, livros e capítulos de livros; em projetos interinstitucionais voltados a pesquisar e atuar na realidade que o estado de Mato Grosso está inserido, principalmente relacionados à Educação Indígena, Educação Quilombola, Educação Básica e formação de pesquisadores.
O PPGE foi, gradativamente, ofertando maior número de vagas. Em 2011, dando continuidade à política de capacitação dos servidores da UFMT, por meio do Programa Pró Ensino na Saúde, foram ofertadas vagas de mestrado e doutorado para os servidores do Curso de Enfermagem, técnicos e docentes. Em 2016, iniciou-se a oferta de vagas para a demanda social e para as Ações Afirmativas (negros, indígenas e quilombolas), dando um salto significativo nas questões sociais, ampliando o acesso das minorias à Pós-Graduação.
Na avaliação quadrienal realizada pela CAPES (2013-2016), o PPGE obteve o conceito 5 (cinco). Esse conceito retrata o esforço coletivo empreendido nos últimos anos em melhor qualificar a proposta do Programa, a formação, a produção científica e a inserção social (local, regional e nacional) e, também, em âmbito internacional. Para registro, conforme Art. 27, inciso I, alínea “e” da PORTARIA CAPES Nº 122, DE 5 DE AGOSTO DE 2021: “o programa receberá nota 5 (cinco) quando tiver recebido conceito "Muito Bom", no quesito 2 e pelo menos mais um conceito "Muito Bom" em um dos demais quesitos (1 e/ou 3)”. O não recebimento do conceito "Muito Bom" no Quesito 2, no quadriênio (2017-2020), constituiu a trava para que o Programa retornasse ao conceito 4, em meio às dificuldades da pandemia de coronavírus, que gerou, por conseguinte, uma crise humanitária mundial, completamente ignorada no processo de avaliação.
O PPGE faz parte de programas importantes, nacionais e internacionais, a exemplo do Programa Aliança para a Educação e Capacitação (PAEC), realizado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB), com o apoio da Divisão de Assuntos Educacionais do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, recebendo estudantes estrangeiros, configurando uma estratégia frutífera para intensificar o intercâmbio com países latino-americanos no campo da pesquisa em Educação e apontando para um caminho a ser trilhado no sentido da inserção internacional.
O PPGE, cada vez mais, exercita o diálogo contínuo e democrático com seus pares, por meio das representações de docentes e estudantes na instância colegiada do Programa, reconhecendo as diversidades, as especificidades e as sugestões das Linhas de Pesquisa, para que sejam consideradas no âmbito coletivo. Essa construção coletiva e participativa favorece o desenvolvimento de uma política de pós-graduação e de avaliação de suas ações, visando o fortalecimento da pesquisa, da formação qualificada de pesquisadores e profissionais e da produção acadêmica e científica local, regional, nacional e internacional.
Ao longo de sua história, o PPGE esteve sob a coordenação dos seguintes docentes permanentes do Programa: